Treino é treino, jogo é jogo. Com o período de troca partidária encerrando na próxima sexta feira, o jogo real vai se delineando. Até agora os especialistas têm definido que estamos na fase de treinos. Muita especulação, muita experimentação, fumaça pra todo lado, mas nada real. A partir de agora iniciaremos nova fase.
Em entrevista ao apresentador Datena na Bandnews, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, confirmou o que já vinha sendo ventilado. O PSB aguarda apenas o sim de Joaquim Barbosa para anunciar sua candidatura ao Planalto. Segundo o presidente nacional do PSB, deve acontecer nas próximas semanas.
Nos grupos internos da Rede é muito forte a defesa de uma chapa Joaquim-Marina. A Rede, com apenas dois deputados e sem nenhuma estrutura nacional, está inviabilizada, não tem como sustentar uma candidatura presidencial. A união ao PSB significaria a construção de uma chapa forte e o renascimento da Rede. Faz todo sentido.
Joaquim é o menino negro e pobre que venceu na vida. Estudou, passou no concurso para o Ministério Público e chegou ao Supremo Tribunal Federal pelas mãos de Frei Beto. Foi contra o impeachment de Dilma. É a imagem do menino pobre que venceu pelo seu esforço, pela meritocracia. Tem sua imagem colada ao combate à corrupção. Foi implacável no julgamento do Mensalão. Encarna a negação da política, um juiz sério e honesto contra a bandalheira dos políticos tradicionais.
Marina é a menina pobre do Acre que ganhou o mundo. A seringueira parceira de Chico Mendes das causas sociais e ambientais. Assim como Joaquim encarna a imagem da superação. Criou a Rede no espírito de negação da política tradicional. Não teve força para botar seu projeto de pé sozinha.
Justiça, combate à corrupção, negação da política, bandeiras ambientais, ecológicas e multiculturalismo. Sem fazer juízo de valor, é preciso constatar: se confirmada será uma chapa forte.
Dialoga muito com o momento político que estamos vivendo. São dois outsiders, é difícil imaginar qualquer um dos dois dialogando com o Congresso Nacional, construindo uma base de sustentação, mas é bom não subestimá-los. Estarão no páreo pra valer.
Se confirmado o movimento, estaremos diante da primeira grande mexida de pedras no jogo real. Forçará outros movimentos e composições. Muita coisa ainda vai acontecer até junho, mas parece que o jogo está começando pra valer.
Fonte: Brasil 247, Joaquim Capelli
STF adia para esta quinta-feira decisão ex-ministro Antonio Palocci
O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou para a sessão desta quinta-feira (11) a decisão sobre a possibilidade de soltar o ex-ministro Antonio Palocci, preso desde setembro de 2016 em Curitiba no âmbito da Operação Lava Jato.
Na primeira parte do julgamento, a maioria dos ministros decidiu, por 6 votos a 5, não analisar um pedido de liberdade apresentado pela defesa, mas ao final iniciaram a análise sobre a possibilidade de derrubarem a prisão “de ofício”, isto é, por iniciativa da própria Corte.
Quase ao fim do julgamento sobre a admissão ou não da ação, o relator, Edson Fachin, comunicou que ainda iria votar sobre a possibilidade de conceder habeas corpus ao ex-ministro em razão do “excesso de prazo” da prisão preventiva – Palocci está preso há um ano e seis meses.
Ao final da sessão, já haviam votado paela manutenção de Palocci na cadeia os ministros Edson Fachin (relator do caso), Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux.
Em favor da soltura de Palocci havia votado somente Marco Aurélio Mello. Faltam ainda os votos de Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Cármen Lúcia, a serem proferidos nesta quinta.
Palocci tenta no STF derrubar um decreto de prisão preventiva, expedido com o objetivo de evitar risco de cometimento de novos crimes ou prejuízo ao andamento do processo.
O ex-ministro foi preso preventivamente – antes de condenação, quando ainda era somente investigado – em setembro de 2016. Na época, o juiz Sergio Moro considerou que, se ficasse solto, ele poderia cometer novos crimes e interferir na produção de provas.
Em junho de 2017, o juiz condenou o ex-ministro em primeira instância corrupção e lavagem de dinheiro e, na sentença, renovou a decisão de mantê-lo na cadeia, acrescentando novos fatos para a prisão preventiva – apontou risco de novos atos de lavagem de dinheiro.
Fonte: O Globo